Era apenas o final da primeira semana de aula e Marlene Watsgrint já estava refugiada embaixo de uma videira se escondendo de tudo e todos enquanto tomava um pouco de ar puro longe da euforia que circundava o castelo nessa sexta feira.
Se dera conta que o ano estava bem puxado, parecia que todos os docentes se esforçavam para arrancar o couro dos alunos nas aulas.
– Tantos deveres...- Resmungou ela, rabiscando em seu bloquinho de notas alguns lembretes como :"durma menos!" e "faça seu dever de runas!".
Havia tirado os sapatos para dar uma aliviada nos pés descansando-os na grama do grande pátio do castelo. Ansiava muito por uma festa, ou talvez uma visita a Hogsmead junto com a turma. Era certo que esse ano seria a primeira vez que iriam visitar o povoado bruxo durante o período letivo e Marlene já podia imaginar mentalmente a bagunça que os alunos iriam fazer no povoado; provavelmente muitos já voltariam com uma detenção agendada.
-Hm...o que não daria por uma cerveja amanteigada hoje, cara! – Pensou alto lembrando do sabor delicioso da bebida bruxa e foi quando de repente tudo ficou turvo e sentiu mãos cobrindo seu rosto. Quem mais poderia aparecer assim de soslaio sem fazer qualquer ruído como uma criatura caçadora nortuna?
– ENZO, SEU AMIGO DESNATURADO! – Gritou divertida enquanto retirava as mãos do corvino. Ela então o puxou fazendo-o sentar-se com ela
– Onde você se meteu esses dias ? – Falou em tom ralhador, mas logo o cumprimentou com um beijo no rosto.
Ele lhe deu uma desculpa bem esfarrapada sobre seu paradeiro fazendo ela cruzar os braços fingindo indignação.
–Ah! Não quero nem saber! Aposto que me trocou por outra. – Nem percebera que as bochechas do jovem ficaram coradas
– Ah! Quase me esqueço que você estava lá na aula de DCAT quando fui humilhada publicamente...Não eu ainda não me recuperei disso!- O comentário do moço se divertindo ao relembrar a transformação dela em um duende forçou-a a lhe depositar um tapa no ombro
– Seu ridículo. E eu estou mais alta ok? Cresci uns 3 cm nas férias, pra sua informação. – Disse toda orgulhosa de si, mas logo o acompanhou na risada, dando de ombros.
-Como é? Que nada, não treinei nada no verão...Fiquei num estado de sedentarismo total, mas eu li sim o livro que você me indicou...Achei legal, mas confesso que não entendi direito aquele final. - Lorenzo adorava literatura e por vezes indicava uns livros bem peculiares para s garota.
- Não entendi o simbolismo da coisa? Ah não sei dizer... Acho que foi ficando tudo tão mórbido e sombrio que fui perdendo a vontade de terminá-lo hahahaha. Aliás, você devia ler umas histórias mais alegres, Enz.- Mas chega de falar de mim, conte-me mais do seu verão. O que fez de bom? Agora era muito mais fácil se abrir com Lorenzo, mas nem sempre fora assim. Lenne tinha consciência da timidez do garoto e no começo o ritmo acelerado dela o deixava ainda mais encabulado.
Aos poucos eles foram vencendo essas barreiras e eram praticamente inseparáveis já no fim do 2º ano. As raras (calúnia!) vezes que a grifina era vista na biblioteca certamente eram na companhia do italiano.
Ademais, Lenne achava que Lorenzo era um rapaz muito brilhante, embora muitas vezes recluso. Gostava de divagar sobre tudo com ele e não era incomum pedir-lhe conselhos ou opiniões sobre as mais variadas coisas. Além disso, um dos passatempos preferidos dela era tentar fazer o garoto ser mais desinibido.
Com: Lorenzo; Onde: Pátio de Hoggy; vestindo: Vestes divosas da grifinória[/color]