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Hogwarts sempre ajudará aqueles que a ela recorrerem!
 
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 17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada

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Darius Mortymer
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MensagemAssunto: 17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada   17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada Icon_minitimeSeg Dez 10, 2012 11:56 am

Back to Sea
You reach for the golden ring
Reach for the sky
Baby, just spread your wings

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- RP Fechada -

Darius Mortymer
Ariel Teach de Castilla


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Dia 17 de Dezembro de 1805
Tempo quente e com céu azul
Audio - He's a pirate


Última edição por Darius Mortymer em Qui Dez 20, 2012 1:11 am, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: 17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada   17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada Icon_minitimeSeg Dez 10, 2012 1:23 pm

back to sea
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reach for the sky
baby, just spread your wings

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Meu peito se expandiu com a inspiração. O ar frio, gelado e salino invadiu meus pulmões. O barulho de ondas se quebrando contra o costado dos navios e os quebra-mares era contínuo. Expirei ao ritmo do mar. E só então abri os olhos. Era como se nada tivesse mudado. A mesma cena de anos atrás. Carregadores descendo pelas docas, caixas atulhadas nos armazéns, navios, galés, dracares e caravelas de madeira atracadas ao porto. O velho cheiro de peixe frito por todos os lados para onde se observava. Sorri de canto. Eu nunca seria capaz de esquecer aquela vida. Fora ali que tudo começara.

Apertei a mala junto a minha perna quando um carregador caolho gigantesco, que bem podia ter sangue de trasgo nas veias, passou bamboleando por mim carregando um engradado de mexilhões. A primeira coisa que você aprende, e que aliás levo como lição pelo resto da vida, é jamais ficar próximo demais de qualquer homem que use uma perna de pau, um tapa olho, carregue um papagaio no ombro, tenha braços da grossura do tronco de um carvalho ou leve um chapéu inclinado preto com penas. A chance de você arrumar confusão com eles, ver suas tripas escorrendo para fora da barriga ou acabar perdendo algo de valor sorrateiramente é maior do que você imagina.

O porto de Liverpool não mudara em absolutamente nada. Eu poderia jurar que nos onze últimos anos que eu passara longe dali, eram os mesmos navios atracados, as mesmas tabernas com seus mesmos velhos donos carrancudos, as mesmas cracas aderidas as estacas de madeira que sustentavam o deque principal e até as mesmas casas de lanterna vermelha das ‘damas de companhia’, com as mesmas megeras velhas e enrugadas com cheiro de bacalhau podre.

Andei calmamente apreciando a paisagem. Era como se o tempo tivesse regredido e eu fosse novamente um rapaz de 17 anos, fascinado por cada detalhe mínimo do lugar. Apertei a varinha ao bolso do casaco, para me certificar de que poderia me defender. Olhei para a extremidade leste do porto. A torre do farol se erguia sobre uma pedra do costão rochoso. Era lá que eu encontraria o navio...

- ¡Vete al infierno, hijo de puta! – a voz era fina como uma navalha e as palavras soaram estranhas ao meu ouvido. – ¡¿Es sordo, ciego o retardado?! – eu estava na frente de outro carregador, que puxava uma fina faca de lâmina enferrujada do bolso.

- Perdón, no fue mi intención. – me afastei rápido, puxando levemente a varinha do bolso, dando passagem ao tripulante espanhol. O homem notou o movimento da minha mão, seus olhos se arregalaram ao ver a varinha e então saiu correndo.

Por um instante eu tinha me esquecido da gentileza dos homens do mar. E ainda, mais, da quantidade de línguas estrangeiras que nunca se compreendiam. A única língua comum entre marinheiros e piratas que faziam eles se entenderem era a ameaça não dita nas palavras, mas mostradas por facas, canivetes, floretes, ganchos ou varinhas. Bruxos ainda era temidos por ali...

Continuei meu caminho até o farol de pedra. Quanto mais afastado do centro comercial e dos armazéns, mais tranquilo e menos barulhento era, mas não menos perigoso e com mais olhos me fitando. Finalmente o avistei o Vitória de Ferro. Um dracar antigo, de cedro e ornado com intrincados arabescos na amurada de mogno negro. A figura de proa era um cavalo marinho branco, não pela tinta, mas pela impregnação de sal do mar. A ponte estava lançada ao deque e os cordames do navio jaziam balançando pelo movimento dos ventos. As velas eram negras, mas o cavalo marinho branco estampava cada uma delas. Respirei fundo, segurei a minha mala e subi ao convés. Os marinheiros nem deram atenção a minha chegada.

- Me traga o capitão Arquibaldo. – pedi ao primeiro tripulante que vi, segurando seu braço.

- E quem é o senhor? – perguntou insolentemente o jovem.

- Diga-lhe que Mortymer o procura. – o rapaz se afastou rápido de mim, como se tivesse recebido uma descarga elétrica e saiu a passo rápido em direção ao castelo de popa. “Estranho, não me lembro de ter construído um nome tão temeroso quando naveguei.”

Meus olhos devanearam pelo navio. Uma tripulação jovem, a maioria composta por rapazes órfãos do porto, eu podia afirmar. Assim como eu fora. Os hábitos nunca mudavam. A chance de ganhar a vida no mar ainda atraia muita gente... E rapazes sem perspectiva de vida, não teriam melhor opção. “Se ao menos eles soubessem a realidade... Não pagariam o preço de ferro.” No primeiro ataque de corsários o sangue de seus companheiros iria encharcar o convés que tanto se esmeravam em polir. E mais difícil ainda seria jogar os pedaços que restava de seus companheiros ao mar. Se algum deles sobrevivesse então ao ataque de um kraken ou um bando de harpias, enquanto se afogam com a água salgada inundando sua garganta e seus pulmões, então aí sim poderiam se considerar realmente marinheiros. "O que está morto não pode morrer, mas volta a se erguer, mais duro e mais forte" Será que eles ainda se lembravam do lema dos homens de ferro e dos afogados...?

- Pelas barbas de Netuno! Mas olha só quem os ventos de Bóreas trazem novamente!!! HO! HO! HO! – a voz gultural retumbou as minhas costas.

- Com certeza não foi apenas o bafo de algum velho deus dos ventos que me trouxe aqui capitão. – sorri de esguelha me virando. – Foi o convite de um amigo na verdade, que acredito ter sido devorado por uma morsa. – e meneei a cabeça em sua direção.

- Em outros tempos isso renderia uma surra de açoite, seu velhaco. – o homem me encarou e então soltou novamente sua gargalhada. – HO! HO! HO! Venha cá cumprimentar seu capitão, cabeça de lula!

Apertei a mão de Arquibaldo, ainda rindo. O homem ainda tinha cabelo branco e volumoso caindo as costas, sob o chapéu negro, a mesma perna de pau ocupando o lugar daquela perdida pra os dentes de um tubarão e o casaco vermelho com brasão de cavalo marinho. Mas o homem não era mais forte e atlético como fora há tempos atrás, Arquibaldo engordara fabulosamente nos últimos anos e já não se assemelhava mais ao papai Noel jovial do passado, agora sua circunferência lhe conferia um aspecto mais animalesco.

- Levem as malas dele pra cabine de hóspedes, seus vermes comedores de alga! – ordenou para os rapazes mais próximos.

- Antigamente éramos apenas lesmas do mar descerebradas. Está ficando com o coração mais mole capitão? – perguntei ainda entre risos.

- Apenas menos truculento Mortymer. – o homem bamboleou novamente para a amurada, observando a maré. – E se você me chamar de capitão novamente, faço você engolir todo nosso cozido de arenque. – um frio subiu pelas minhas costas. É claro que eu me lembrava daquela meleca horrível, com o gosto mais deplorável ainda.

- Se o cozinheiro não for Ralf-Três-Dedos, eu posso até me arriscar Arch.

- Por sorte sua, cérebro de ouriço, Ralf caiu morto na sopa de bacalhau há dois meses atrás, depois de um maldito ataque do coração. Ele guinchou como um porco. – eu particularmente não duvidava que ainda assim a sopa tivesse sido servida, mas guardei essas ponderações para mim. – Me acompanhe Mortymer, quero trocar umas palavras com você antes de zarparmos. – uma expressão sombria tomou conta da face do capitão como percebi. Era alguma coisa séria e eu logo iria descobrir...


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NOTES Preciso recuperar o jeito de postar aos poucos, então por hora vamos de RP sozinha... ^^
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MensagemAssunto: Re: 17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada   17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada Icon_minitimeTer Dez 11, 2012 2:24 pm

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A porta se fechou as minhas costas, o barulho cadenciado da perna de pau do capitão retumbava enquanto o homem cambaleava na direção de um armário aberto contendo garrafas diversas. A sala parecia completamente feita de madeira, todo seu mobiliário era ricamente talhado, polido e envernizado. Sobre a mesa de Arquibaldo havia a mesma montanha de pergaminhos e mapas de sempre. Andei até a extremidade do aposento, na direção de uma janela curva e horizontal, ladeada por cortinas vermelhas. A vista do castelo de popa permitia enxergar todo o cais do porto e o movimento dos homens do mar.

- Aceita rum? – o capitão sacudiu uma garrafa e dois copos sobre a mesa.

- Não precis... – mas o copo já estava cheio. – Aceito um pouco. – o copo estava transbordado, derrubando rum pela mesa.

- Um pouco de álcool no sangue não vai te matar homem. – rosnou o capitão se servindo diretamente da garrafa. – Sente-se, o navio não vai sair em disparada e nem vamos ser atacados por corsários no porto. – me acomodei numa cadeira próximo a janela, o capitão sentou-se folgadamente sobre a cadeira almofadada de sua mesa. – Professor, então, miolos de polvo? HO! HO! HO!

- É um emprego muito melhor do que você imagina Arch. Não corro o risco de ter uma lâmina beijando meu pescoço e nem de virar petisco de monstros marinhos. – abri as mãos explicando. – Só uma questão de ensinar aquilo que não tivemos chance de aprender mais novos. E Hogwarts é...

- Eu sei exatamente o que Hogwarts é, Mortymer. – o velho tomou um gole de seu copo e apontou o dedo na direção do meu peito. – Hogwarts é a maldita escola que tirou os meninos que eu contava pra reabastecer minha tripulação, isso sim que aconteceu. Esses aí? – e apontou na direção da porta. – Trouxas, todos eles. O último rapaz bruxo que entrou pra nossa tripulação, foi um maldito francesinho afrescalhado que se jogou goela abaixo do primeiro jasconius que apareceu.

- Arch, pense bem. Hogwarts tem um futuro muito mais seguro a oferecer do que uma vida de pirata... – me recostei sob o espaldar da cadeira e tomei outro gole, mais lento. Era melhor eu sondar um pouco melhor o capitão e suas idéias, antes de emitir qualquer opinião minha. – Eles sabem, né...?

- Claro que não! Pelos tentáculos de Úrsula! Você acha que esses moleques entrariam pra uma tripulação se soubessem que seu capitão é um bruxo? Ou que o navio que tripulam é dracar de saque? Eu seria queimado no próximo porto que atracasse se descobrissem! – o capitão deu uma risada gorgolejante, como se o mar se rompesse em pedras dentro de sua garganta. – Eles vão saber na hora certa...

- Bem, não foi diferente na minha época. – e eu tinha dado sorte de entrar pra uma tripulação em que o capitão era um bruxo. Aquilo fora uma coincidência positiva, porque eu pelo menos pudera me aperfeiçoar como mestre de “medicamentos” e me dedicar as poções. Eu não questionaria o método de recrutamento de novos marujos de Arch. Não na frente dele. – Mas então... Devo supor que não fui chamado pra uma simples expedição naturalista de coleta, certo?

O homem quase caiu da cadeira ao gargalhar. Metade dos mapas que atulhavam sua mesa foram para o chão, seguido de um tinteiro que logo se espatifou no piso de madeira polida, tingindo de nanquim. As bochechas porcinas por baixo das barbas pareciam inflar e se avermelhar perigosamente, os caninos do capitão mais evidentes em sua boca aberta lhe davam os aspecto de morsa mais do que nunca.

- Continua sagaz Mortymer. Gosto disso. Diga-me, os fundadores não te encheram de perguntas?

- Salazar sabe que tenho meus contatos no mar. Godric desde que foi preso, é um leão domado que não liga para mais nada do que uma garrafa de whisky de fogo toda noite. Rowena e Helga confiam em mim, acho que é o meu charme natural. Apenas pediram para que eu levasse ingredientes para complementar a nossa Bótica. – e outra figura rapidamente passou pela minha mente, o homem excêntrico de cartola e bengala de morcego. – O novo diretor Brier que pareceu bastante interessado, pediu que eu levasse lama do fundo oceânico para o tratamento de choque da suas varizes, mas ele é um velho louco que desconfia até da própria sombra.

- Bom, para a sorte deles, realmente vamos fazer uma parada em Açores. E aí você pode encher suas malas com tantas algas, corais, conchas, lodo e peixinhos dourados que quiser. Temos uma encomenda de serpentes marinhas para capturar na cidade afogada e entregar em Bristol para o Natal... Quem diria que estaríamos fazendo entrega de fast food pra ceia de Natal! HO! HO! HO! – o capitão deu de ombros e se virou novamente para mim, agora mais sério. O brasão do cavalo marinho branco refulgia na luz do sol que se filtrava pela janela do cômodo. – Mas não é isso que me preocupa Mortymer. São os rumores.

Franzi o cenho e mordi o canto do lábio direito. Rumores? Era por aquilo que eu tinha sido convidado? Não que eu não estivesse agradecido por voltar ao mar, nem esperava que essa semana no mar fosse ser típicas férias convencionais. Mas há uma diferença bem grande entre sair para uma expedição de coleta em um dracar pirata e me jogar numa aventura perigosa, ainda mais agora que eu tinha Emily e Bridget.

- Rumores? – tomei o resto do copo de rum e a bebida desceu queimando pela garganta. O gosto forte e destilado permaneceu na minha língua. – Explique-se melhor Arch.

- Galés e cocas piratas. Por todo o lado. – arqueei a sobrancelha. Aquilo não era nenhuma novidade, ainda mais naquela época do ano, quando os navios voltavam das Américas e das Índias abarrotados de ouro e especiarias. Eles não dariam a mínima para um dracar, também pirata, coletando serpentes marinhas. – Não, você não está entendendo Mortymer. Todas elas estão contrabandeando criaturas bizarras de todo lado do mundo. Mortalhas vivas da Indonésia, quimeras gregas, mantícoras e nagas indianas, nundus da Etiópia, harpias do Caribe, yetis tibetanos, bunyips aborígenes, gigantes dos Andes sulamericanos... E sabe-se lá quais outras diabruras.

- Calma, até aí não há nada demais. Estamos tendo um torneio em Hogwarts e também tivemos algumas dessas criaturas trazidas até a Inglaterra com a ajuda do Ministério.

- O problema é que não é o Ministério que está contrabandeando essas criaturas. – o que seria bastante incoerente e fora da lei, eu tenho que admitir. – Abordamos o Conde Nosferatus outro dia... – essa eu lembrava da minha época, uma galé estranha, de madeira totalmente negra de ébano, com velas escarlates tingidas a sangue, de tripulantes estranhos que falavam uma língua ainda mais estranha e sombria. O capitão Lorde Vlad, o Empalador, também não era o tipo mais simpático dos oceanos. – Caixas e mais caixas com ovos de basilisco e corpos de índios no alcatrão. – inclinei sobre a cadeira e me apoiei nos joelhos tentando escutar melhor. – Tudo bem que mais da metade dos ovos provavelmente não vão nem vingar, e todo mundo sabe que um filhote de basilisco não oferece risco nem pra um maldito pufoso. Mas os corpos... A gente sabe bem...

- Inferis. – a palavra se formou nos meus lábios antes que o capitão pronunciasse.

- Entendeu a preocupação? Afundamos o Conde, é claro. Mas todas as caixas, você ficaria impressionado, estavam estampadas com duas letras: DK. – a imagem de bruxos mascarados e encapuzados, e mais especificamente de uma bruxa contra a qual eu combatera no ministério há seis meses, veio a minha mente. – O que descarta a hipótese de que algum simples colecionador excêntrico de criaturas esteja tentando fazer um zoológico macabro.

- Arch, isso é sério. Vocês já avisaram ao Ministério?

- E quem acreditaria em nós? Um pirata preocupado com uma infestação de criaturas e demônios bizarros de todo mundo em plena Inglaterra? Puff... Parece até piada.

- Eu posso tentar enviar uma coruja ao ministro. Bastian é meu conhecido, combatemos juntos e ajudei ele naquela revolução pra deporem o tal tirano Cathal.

- Faça o que bem entender. – o capitão se levantou e abanou a mão, fazendo pouco caso. – O mar, está perigoso Mortymer. Preciso da sua ajuda caso sejamos atacados. Não temos outros bruxos a bordo. E essa encomenda de serpentes marinhas vai ser o suficiente para eu me aposentar do mar com o bolso estourando de galeões. Apenas você e eu. Tentei chamar a velha equipe, mas parece que apenas você veio. – o capitão me estendeu a outra mão. – O Vitória de Ferro pode contar uma última vez com você?

Estendi a mão e apertei o da velha morsa.

- O que está morto não pode morrer... – repeti as palavras, e em algum canto da minha alma, uma chama antiga, um espírito aventureiro ressurgiu. Agreste como as ondas salinas e rebelde e implacável como as marés.

- ... Mas volta a se erguer, mais duro e mais forte. – completou. Arch bamboleou até a porta, com um sorriso satisfeito e a abriu. – Agora vá se trocar antes que eu te mande polir o convés, cabeça de lula. Essa roupa engomada e afrescalhada não combina com o mar.

O velho continuava exatamente o mesmo. Nada havia mudado nenhum bocadinho.


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NOTES E ESSA FOI PRA LAVAR A ALMA!!! *---* Fazia séculos desde que não fazia um post que me divertisse tanto.
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Darius Mortymer
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MensagemAssunto: Re: 17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada   17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada Icon_minitimeSeg Dez 17, 2012 2:21 pm

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(Alguns dias depois...)

As correntes de água quente de Açores passavam pelo meu corpo, tocando-o como a brisa reconfortante. Eu me sentia leve, o fluxo de água que entrava pela minha boca e saía pelas brânquias no meu pescoço era uma sensação de alívio. O frio da água que subia das profundezas tampouco me incomodava. Pelo contrário, sempre que eu inspirava e engolia água, sentia meus músculos aliviados e relaxados. Meus dedos estavam interligados por membranas e meus pés se assemelhavam a patas de um anfíbio. A camisa de linho branco e a calça de lona balançavam com a água, enquanto eu cortava as algas do fundo oceânico.

A luminosidade do sol ficava azul miosótis quando descia pela coluna d´água e se refletia por todos os lados, e mais abaixo, o azul marinho e cada vez mais escuro conforme aumentava a profundeza. Em algum canto por ali, embaixo daquelas águas, estava a cidade afogada de Atlântida. Um conjunto de ruínas, ocupadas atualmente por sereianos e uma infinidade de criaturas aquáticas.

Ah sim, antes que eu me esqueça, essa criatura de corpo sexy com barbatanas, pés e mãos palmados, membranosos e alongados, guelras e roupas simples, continua sendo o professor de Poções de Hogwarts. Apenas comi um pouco de guelricho para poder fazer as coletas em paz, sem me preocupar com respirar. O feitiço cabeça de bolha nunca foi dos meus preferidos e me dá uma dor de cabeça terrível!

Com a faquinha na mão, coletei mais um punhado de algas vermelhas, com formato de tufos, presas a uma rocha. Tampei-as em um frasco e coloquei dentro da bolsa a tiracolo que boiava ao meu lado. A quantidade de frascos lá dentro era absurda. Eu já coletara praticamente de tudo. Ostras, conchas, rochas, escamas diversas, algas e corais mais coloridos e espantosos que os outros. Peixes, invertebrados e até alguns fios de cabelo de sereianos que encontrara. Também extraíra pérolas, tinta de cefalópodes e até um tipo incomum de espículas de estrelas e ouriços do mar que podiam ser úteis em algumas poções. Sorri de canto e olhei em volta.

Alguns dos rapazes pareciam tentar desenrolar um amontoado de redes, os outros se esforçavam para tentar desentocar uma serpente marinha mediterrânea que entrara em uma rachadura no costão. Era engraçado como eles rapidamente se acostumaram aquela tarefa nos três últimos dias. Archi revelara a real intenção daquela expedição depois de dois dias que partíramos de Liverpoool, e para minha surpresa, nenhum dos meninos pulara no mar pra se afogar quando descobrira que seu capitão era um bruxo e que iriam caçar serpentes marinhas. Para os garotos trouxas, independente do que seu capitão fosse, se ele desse uma dose de rum toda noite e pagasse um bom dinheiro pelo trabalho, não havia o menor problema nele portar varinha e fazer magia por aí.

E muito menos problema ainda se o novo adulto que chegou a bordo for um antigo pirata que encontrou um tesouro no mar e te faz comer guelricho para coletar serpentes marinhas. Sim! Eu descobrira porque os rapazes me temiam tanto. Afinal o meu nome virara uma espécie de conto dos portos da Irlanda e da Inglaterra, o jovem Mortymer do lendário Vitória de Ferro, que encontrou o baú de ouro na expedição a Santa Sierra de las Cruces “Se eles ao menos soubessem o que realmente aconteceu.”.

Fechei a bolsa a tiracolo e nadei em direção ao grupo de rapazes que desembaraçava o amontoado de redes que se enrolara. Quando me aproximei, notei que alguns rapazes já tinham brânquias menores e começando a se fechar.

- Subam! – ordenei e apontei pra cima. – Peça, mais guelricho ao capitão. O efeito já está acabando pra vocês. – apanhei as redes das mãos do que parecia mais novo. – Desçam depois, eu desembaraço para vocês. Já terminei minhas coletas.

Minha voz parecia abafada e saía como ruídos ocos pela água. Os garotos entenderam da mesma forma, e balançaram a cabeça em assentimento e subiram em direção ao navio. Desembainhei a varinha a minha cintura e apontei para as redes. Agitei-a e pensei no feitiço adequado. As cordas se desenrolaram e permaneceram esticadas e planas como deveriam, formando um semi-círculo em torno do costão rochoso. Me reclinei em uma rocha e fiquei observando sentado os outros meninos finalmente atiçarem a serpente marinha para fora.

Aquela vida era realmente fascinante. Emily teria adorado cada um dos momentos ali. Desde os mergulhos para coletar corais, quanto a dança dos cavalos marinhos e as marés luminescentes e noite. A comida do Vitória de Ferro, contudo, continuava intragável. E deixá-la perto daqueles meninos, mesmo trouxas, que não viam uma garota ou mulher há pelo menos um mês era um risco que eu nunca ousaria expô-la. Os meninos conseguiram apanhar a serpente marinha em uma das redes que eu estendera, e agora se esforçavam por carregá-la a nado até em o navio. Mais rapazes voltaram e subiram, repetidas vezes, apenas os observei enquanto faziam seu trabalho.

Refleti sobre os meus últimos dias no navio... Não tivéramos nenhum grande problema, nenhum navio nos abordara, nenhuma outra galé pirata e nem um kraken dera o ar da graça de uma visita pra animar a vida. Eu cheguei a conclusão de que as preocupações de Archi eram infundadas. Me lembravam uma vida eu deixara para trás. Eu podia ao menos dizer que fizera a escolha certa. Como pirata eu não teria tido tantas alegrias que tivera como professor, embora fosse uma vida mais calma e tranquila do que em Hogwarts, os riscos de ser pirata eram maiores. “Morrer para o mar nunca foi o meu futuro.” Ponderei rindo. Senti uma pontada no meu pescoço e notei que o efeito do guelricho estava acabando. "Já se passou tanto tempo assim?"

- Para cima! – gritei para os rapazes que ainda coletavam as redes. – Terminamos por hoje. Não adianta mais. Daqui a pouco vai escurecer e vai ser mais difícil pegá-las. Recolham as redes.

Quando o trabalho estava terminado subimos. Eu estava exausto! A pesca fora bastante produtiva. O convés do navio estava com ao menos duas dúzias de serpentes marinhas de tamanho considerável. Dois rapazes limpavam e retiravam as escamas, sob a supervisão de Arquibaldo.

Meneei a cabeça em sua direção e me afastei em direção ao meu quarto, pedi que me avisassem quando fosse a hora da janta, quando me tranquei na minha cabine, desabei de cansaço, troquei as vestes e depositei os frascos de coleta em um baú, já atulhado pelas coisas que eu levaria a Bótica de Hogwarts, me deitei um pouco para descansar. O barulho das ondas me hipnotizou e acabei cochilando... Para ser acordado depois.

Mas não por algum marujo me chamando para o jantar... E sim pela explosão de tiros de canhões.


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NOTES E a coisa tá indo... Muahahaha!
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MensagemAssunto: Re: 17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada   17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada Icon_minitimeQui Dez 20, 2012 12:33 am

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- SENHOR MORTYMER! RÁPIDO! ACORDA! – os gritos na porta da minha cabine eram pontuados por pancadas nervosas.

- Mas que diabos...? – me revirei na rede em que dormia, e coloquei os pés para fora irritado. – Não precisa gritar, já ouvi. – cá entre nós, nunca pensei que a comida do navio fosse tão ruim a ponto de deixar as pessoas nesse estado de nervos. Eu pedi para me levantarem para a janta, mas se a comida estava tão pavorosa assim, eu podia continuar dormindo numa boa...

- ABRE LOGO SENHOR MORTYMER! ESTAMOS SENDO ATACADOS! PIRATAS!

E a preguiça que me dominara antes de levantar da rede subitamente desapareceu. Saltei da cama, apanhei a varinha e abri a porta da minha cabine. Um dos rapazes que mergulhara mais cedo entrou aos tropeções e em pânico na minha cabine. Um filete de sangue se esvaía pela sua testa. Franzi a testa e logo percebi, pelo rosto em pânico, a verdade nas palavras do garoto.

- Onde? – o menino apontou para cima, na direção do convés. – Como? – o rapaz pareceu ainda mais medroso quando notou a varinha na minha mão. Ele era trouxa.

- Alguns mergulhadores escalaram o costado do navio pelo lado escuro... Os vigias não tiveram tempo de soprar o berrante. – a varinha na minha mão tremia. – O capitão está em combate! – o jovem tremia, suas mãos ensanguentadas. Possivelmente com o sangue de algum de seus colegas. “Apenas um garoto das terras verdes, não um homem de ferro.”Foi tudo tão rápido...!

Claro que eu conhecia aquela estratégia. Antiga, mas sempre útil. Eu mesmo fora um dos antigos batedores do Vitória de Ferro. Nas noites de Lua Nova, quando a noite ficava mais escura, era apenas uma questão de se esgueirar silenciosamente pela água, e principalmente, pelo lado menos iluminado do alvo. Um feitiço para distrair os vigias e pronto! Depois que você escalava a amurada do navio e prendia as cordas de atracagem era tarde demais.

- Calma, rapaz! – segurei o menino pelos ombros e o tirei da frente da porta. – Podem ser apenas saqueadores comuns, nós vamos dar conta. Fique aqui.

A minha varinha de pinheiro lançava fagulhas vermelhas, como que pedindo combate. Subi as escadas de cordas e atravessei o dormitório da tripulação. Cada passo ecoava no piso de madeira. Os barris balançavam ao movimento do dracar nas ondas. Quanto mais eu subia, mais escutava os gritos e o tinido das lâminas de ferro. “Só podem ser trouxas desprecavidos...” Me veio na cabeça. E um sorriso sádico surgiu na minha face. Piratas trouxas, que não conheciam a fama do Vitória de Ferro e decidiram tentar a sorte na escuridão da lua nova. Se eles ao menos soubessem que o capitão Arquibaldo era um bruxo... Talvez não arriscassem tanto. “Apenas conchas tentando derrubar o cavalo marinho.”

Mas conforme os gritos aumentavam, pude perceber que não era apenas uma tentativa de saque normal. Os gritos de pânico não pareciam vir da amurada leste... Mas da proa, onde ficavam a tripulação jogando dados a noite. Finalmente cheguei as escadas que davam para o convés. Um clarão iluminou o céu lá fora, e através do alçapão vi um estranho, de tapa-olho, brandindo um instrumento na mão e um feixe de luz ser disparado. Instantes depois o barulho do trovão invadiu o corredor onde eu estava.

- Bruxos... – a palavra se formou nos meus lábios e fiquei mais apreensivo. O problema era realmente sério. Fechei os olhos, contei até três e pensei nos feitiços de combate úteis. – Verdimillous! – bradei, irrompendo de dentro do alçapão e arremessando o pirata de tapa olho para o mar. – Protego! – gritei por instinto ao ouvir o grito em minha direção. Uma adaga de arremesso rebateu no feitiço escudo e foi fazer companhia para o homem de tapa olho. – Levicorpus! – e o atirador de facas inimigo saiu girando de cabeça para baixo para fora do navio e longe de alcance. – AQUI! HOMENS DE FERRO, AQUI! – gritei, chamando os rapazes da tripulação as minhas costas. – Difindo! Difindo! Difindo! – apontei rápido, cortando as cordas de atracagem do navio que se aproximava do nosso. O contato estava cortado, mas ainda havia muitos batedores em combate. – Arquibaldo!!! – gritei, para o capitão que combatia espada a espada, contra um homem simiesco, de braços longos e negro, próximo ao timão. – Boletus transformus! – o raio de luz lilás atingiu em cheio o pirata africano nas costas. Cogumelos vermelhos começaram a irromper da sua nuca e por todo seu dorso, o homem caiu desacordado.

- Pelas barbas ensebadas de Netuno! Você e suas bizarrices de caldeirão! – ralhou o capitão, se aproximando nervoso as minhas costas. – Eu ainda posso dar conta desses cérebros de alga, Mortymer! – fuzilei-o de relance. Um golpe da espada do pirata negro arrancara metade da perna de pau do capitão e fizera um talho na suas costelas. Aquela forma de morsa do capitão não permitiria jamais uma luta de igual para a igual como antes. – Foi o Queen’s Anne Revenge... Eles enlouqueceram!

- Não é hora pra discutir. Vamos expulsá-los logo. – um grupo dos nossos rapazes ainda combatia com espada. Mas eu sabia que logo eles cairiam, eu e Arqui precisávamos ajudar. – HOMENS DE FERRO AQUI! – os últimos retardatários correram. Olhei de canto e pensei rápido. Os barris de óleo e gordura de baleia estavam próximos dos batedores... Era nossa única opção. – Cofringo!

A explosão lançou fagulhas por todos os lados, os barris estouraram com um estrondo gigantesco. O óleo em chamas impregnou algumas das velas do dracar, e de repente o cavalo marinho nas velas negras pareciam dançar em meio as labaredas. Cai no chão com o impacto, assim como todos os homens restantes. Possivelmente metade da amurada tinha sido destruída, mas pelo menos não havia mais nenhum batedor a bordo...

- Agora vamos fugir antes que nos alcans... – falei rápido demais. Um homem ainda se aproximava. Saído da fumaça da explosão. Usava um chapéu negro de almirante, com uma pena ornamentando. Suas feições duras e rígidas, assim como seu olhar zombeteiro e astucioso não me eram estranhos. Mas onde eu o vira feições semelhantes aquela antes? Eram tão familiares...

- Poncé, seu verme! Traidor! – eu nunca vira Arquibaldo tão irritado antes. O capitão do Vitória de Ferro se levantou se apoiando na perna de pau quebrada. Mas imponente e feroz do que jamais o vira. Eu não sabia do que se tratava, mas ali havia uma rixa não resolvida. – Crucio! – e o duelo entre ambos os capitães começou. Ambos eram bruxos, e as luzes e raios começaram a voar rápido e zunindo, entre as velas incendiadas, a tempestade e os trovões.

- Sectumsempra! – entrei em combate, ao lado de Arquibaldo. O pirata invasor se desviou do meu feitiço, e em instantes a luta se acirrou. Poncé dava duelo a nós dois, rindo como um demônio. A chuva molhava o piso e cada passo era perigoso. O cabelo molhado grudou na minha testa e sobre as minhas pálpebras, mas ignorei e continuei em combate. Foi apenas quando um raio verde obliterou a defesa que eu conjurara e atingiu o peito de Arquibaldo em cheio que eu parei estático e de chofre. A morsa tinha caído.

O capitão Poncé ria como um maníaco a plenos pulmões. O instante que eu parara fora o suficiente, outro pirata invasor subiu a bordo sem que ninguém visse, e com uma pancada no meu pescoço também caí desacordado.


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NOTES É raro eu gostar de postar com o Darius, mas essa RP alone tô curtindo! =D
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Darius Mortymer
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MensagemAssunto: Re: 17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada   17.12.1805 - Back to Sea - RP Fechada Icon_minitimeSeg Jan 07, 2013 9:02 pm

back to sea
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Minhas mãos estavam esfoladas, minhas costas ardiam e meu rosto estava queimado. Mas eu não iria desistir. Faziam três dias e a imagem do capitão Arquibaldo caindo, atingido em cheio por uma maldição da morte, não saia da minha mente. Pelo menos metade da tripulação fora assassinada, apenas eu, que caíra desacordado, e mais alguns dos rapazes trouxas havíamos sido poupados.

O sol estava no meio do céu. E a minha gaiola continuava balançando contra a balaustrada do navio. Meus pés estavam descalços e tocavam as barras de ferro, sujas de sangue seco e enferrujadas. Embaixo, na água, eu podia ver os tubarões rodeando. Mas não me espantava mais, já até estava me acostumando com a presença deles. Minha varinha havia sumido, e eu não conseguia aparatar para fora do navio.

- Ótima maneira de terminar as férias Darius. – praguejei pra mim mesmo.

Nas gaiolas ao lado alguns dos jovens do Vitória de Ferro já haviam caído. Eu sabia que na próxima “inspeção” dos piratas, mais algumas gaiolas seriam descidas para o mar. “Peso inútil” era como alguns dos carcereiros diziam. Mas eu era bruxo, e segundo eles tinha valor. Provavelmente pediriam resgate por mim quando atracassem no próximo porto.

Claro que eu não revelara aos tripulantes do Queen’s Anne Revenge que eu era professor em Hogwarts. Tudo bem que eu estava em expedição por razões da escola, mas parte da culpa em aceitar o convite era minha. O fato é que eu não podia simplesmente desistir e pedir para os fundadores pagarem meu resgate. Provavelmente os piratas aumentariam o preço, e quando recebessem algo, me matariam. Conheço gente desse tipo. Eu não iria me entregar, não sem antes tentar a fuga...

- ACORDEM SEUS VERMES!!! ACORDEM!!! – o grito veio antes da figura do carcereiro.

- E agora as tripas de peixe geladas... – murmurei. E exatamente como eu dissera, veio o conteúdo jogado dos baldes sobre nós. Sorri de canto com a ironia dos hábitos.

Mas diferente da rotina, dessa vez me espantei quando minha gaiola foi içada ao invés de decida para o mar. O barulho das correntes rangeu nos meus ouvidos. E quando finalmente eu estava na altura do convés, o carcereiro de tapa-olho bateu nas minhas grades e a abriu.

- Você. Pra fora. – disse escancarando a portinhola da minha gaiola.

Fiquei parado em silêncio, com o rosto fechado, embora por dentro eu estivesse desconfiado. Eles não estavam me libertando. Disso eu tinha certeza. Talvez estivessem me enganando para me assassinar assim que botasse os pés pra fora.

- É surdo, verme? – o pirata mancou até a porta da gaiola. – Um cara do seu tamanho tem uso pra nós. Não acha que vamos servir nossas iguarias e hospitalidade de graça né? – um riso maníaco se estendeu pela cara do homem. Se de iguarias ele se referia as tripas de peixe que eles davam pra gente comer, então eu preferia um bife de javali ou uma salada de algas. – E se você tentar fugir, já sabe. – e apontou pra uma gaiola ao lado da minha, que se abriu deixando cair um corpo de um velhote pra os tubarões.

Sai de dentro da gaiola, minhas roupas estavam sujas, meu cabelo bagunçado e minha barba por fazer. A única coisa que eu conseguia pensar era o lema do Vitória de Ferro “O que está morto não pode morrer...” E me entregaram um pano e um balde. “O que está morto não pode morrer...”. Me explicavam o que eu devia fazer, mas as palavras não faziam sentido pra mim. “O que está morto não pode morrer...”

Me empurraram contra o chão e caí ajoelhado. Apanhei o pano e comecei a esfregar o convés, sujo de sangue. A imagem do Vitória de Ferro, saqueado e abandonado, afundando em meio a chamas e a espuma das ondas não saia da minha mente.

- O que está morto não pode morrer... – balbuciei repetidamente enquanto esfregava o chão. – Mas volta a se erguer, mais duro e mais forte...

Eu sabia que havia alguém me supervisionando, mas não pude deixar de reparar nos piratas que circulavam ao meu redor. Espadas, ganchos, tridentes... Até um pedaço de madeira pontuda do costado se soltando eu poderia usar como arma. Se eu apanhasse uma varinha ao menos... O trabalho continuou, e meus dedos começaram a sangrar. “Eu prometi a Emily voltar no Natal...”, e Mortymers sempre pagam suas dívidas.

- O que está morto não pode morrer... – comecei novamente a repetir o lema. Ele me fortalecia. Mas foi quando escutei uma voz conhecida que eu finalmente sai do estado mecânico.

- Pro... Pro... Professor? - levantei a cabeça e meus olhos se arregalaram. Ou eu estava salvo... Ou totalmente ferrado.


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NOTES O primeiro post pós férias! o/ Curti! ^^
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