RP FECHADA - 24 de julho de 1805 - França.

Tomei uma decisão muito séria e acho que já é hora de compartilhar isso: eu vou pro seminário. Quer dizer, é esse o troço onde os caras perdidos na vida vão pra virar padre né? É, já to me considerando perdido na vida há algum tempo. Basicamente, eu estou na seca. Entenderam? EU, JEFFREY MCLINGHTON, TÔ NA SECA E VOU PRO SEMINÁRIO, ADEUS! Agora deixa eu explicar essa história direito antes que algum ser mentalmente afetado entenda errado e pense que são as garotas que não me querem mais. Não é isso que tá acontecendo, não. As garotas continuam vindo atrás de mim e implorando pelo meu corpo nu, pelos meus lábios macios, minha pele quente e... ok, voltando. O problema é comigo. Cada vez que vou pegar alguém, tenho sérias dificuldades em fazer meu corpo trabalhar decentemente, porque o nome “Agatha” fica repetindo na minha mente o tempo inteiro. Pronto, falei. Agora vocês já sabem como eu, muito provavelmente, to ficando louco. O fato é que as coisas ficaram complicadas depois dos últimos acontecimentos – sabe né, toda aquela coisa de salvar a menina no corujal e não poder ir na enfermaria por causa do Hades e blablabla -, e nunca mais tive notícias decentes dela desde as férias. Enquanto estava em Hogwarts, ao menos conseguia convencer a Rikke a me contar algo, usando do meu incrível poder de sedução, é claro, mas agora... nada. NADA. E eu mandei várias corujas, tipo várias MESMO, IGUAL UM DESESPERADO E A MAL AGRADECIDA NEM ME RESPONDEU. Cheguei à conclusão de que tem algo muito errado nessa história e sei lá, to preocupado com a Ag, com saudade e por isso decidi que vou vê-la.

Vou aparecer na casa dela essa tarde, não que eu saiba onde ela mora, só vou entrar na lareira, jogar pó de flu, gritar “Residência dos Bittencurt”, quase morrer engasgado e esperar que eu vá parar no lugar certo, pois é. Sei lá se ela me quer por lá, sei lá como a avó vai reagir com a minha aparição, mas eu preciso tentar porque... porque... porque mesmo? Tá vendo, nem eu sei o motivo certo, caralho. Acho que essa coisa de não saber mais absolutamente nada sobre ela tá me deixando agoniado, dá uns aperto tenso no peito as vezes, torcendo tudo por dentro. E não consigo deixar de lado a ideia de que ela não está bem, ou está correndo perigo, ou tá sofrendo exageradamente, ou os três juntos, e não gosto disso, não gosto de imaginar isso. As vezes parece que falta um pedaço de mim, e nossa Jeffrey, para de ser viado e cala a porra da boca, que bosta. Vejam só, nem eu me reconheço mais, nunca fui de sentir, dizer ou pensar essas coisas de viadinho. Parece uma menininha. Não sei porque diabos decidi colocar uma roupa decente pra ir lá, mas acho que seria legal impressionar a avó dela, certo? Afinal... bem, ainda quero a Agatha pra mim, então conseguir conquistar a avó dela e jogá-la totalmente contra o grego do inferno seria unir o muito útil ao exageradamente agradável.

-RESIDÊNCIA DOS BITTENCURT! E por Morgana, que eu não vá parar na pu... – pausa para acesso de tosse, sensação de estar virando cambalhotas e...taquepariu. – olhei em volta e precisei piscar algumas vezes pra lembrar o que tava fazendo ali. Na minha frente estava uma mulher alta, loira, olhos claros, com roupas caras e sofisticadas e semblante duro enquanto me fitava com uma expressão de curiosidade e... repulsa? Ok, era a avó da Agatha. Que ótimo, como eu sou um completo idiota, queria causar boa impressão e olha só onde acabei, jogado dentro de uma lareira e todo sujo com pó de flu. Levantei, batendo com as mãos na roupa para tirar o pó, e me aproximei dela. Pigareei enquanto passava as mãos pelo cabelo, desarrumando-o daquele jeito sexy ao qual ninguém resistia, e coloquei meu melhor sorriso cordial na cara. -Peço mil desculpas pela intromissão e mal jeito. Deixe me apresentar corretamente. Sou Jeffrey McLinghton, a seu dispor, e a senhora, com toda essa beleza e elegância, só pode ser a Sra. Bittencurt. Muito prazer. – dei mais um passo na direção da mulher, peguei sua mão e levei aos lábios, tocando-a delicadamente. Vi sua expressão passar rapidamente de curiosidade para espanto, seguida pela surpresa e depois por algo que eu colocaria como paixão instantânea. Sou muito foda mesmo. -A propósito, sou um... amigo da Agatha, nos conhecemos em Hogwarts. Desde que as férias começaram não consegui mais falar com ela, mandei algumas corujas mas não obtive resposta. Fiquei bastante preocupado e foi isso o que me trouxe aqui. Gosto muito de sua neta e sinto saudades, além de tudo. Novamente peço perdão pela indelicadeza de aparecer sem avisar. – sorri, tentando parecer o mais sem graça possível, e continuei encarando a mulher docemente. A missão de fazê-la me amar estava sendo bem sucedida, sim ou claro?